sábado, outubro 17, 2009

Os eleitores, (poucos), escolheram está escolhido

Alguns escribas, dependentes da maioria, alegam, ou aludem, a santas alianças entre o Bloco e o PS com o objectivo de tentar impedir os projectos megalómanos da gestão autárquica, a verdade, é que se alguma concordância existiu na oposição, foi a da denuncia de outros colos em que a gestão CDU se sentou, levando a que efectivamente especuladores e gestão autárquica fossem na realidade farinha do mesmo saco, originando com isso a invasão ainda não esclarecida da Policia Judiciária aos Paços do Concelho.

Terminado o período eleitoral recente, podemos agora com mais calma fazer uma análise dos resultados.
O PSD venceu as europeias, o PS ficou em 2º. lugar e o Bloco de Esquerda com 10 anos de existência apareceu como a 3ª. força política, remetendo a CDU para a 4ª. posição.
Seguiram-se as eleições para o Parlamento e o PS ganhou sem maioria e já se nota menos arrogância, o Bloco teve mais 200 mil votos e ultrapassou a barreira dos 558 mil votos, mais 111 mil que a CDU, duplicou os eleitos, mas caiu para 4º lugar regalando a CDU para 5º e ultimo lugar no Parlamento.
Para as autarquias e aqui refiro-me apenas ao concelho da Moita e à Câmara Municipal, a CDU perde mais de 1500 votos, mas ganha de novo e com maioria absoluta, o PS sobre ligeiramente, o Bloco de Esquerda garante a 3ª posição, aumenta a votação em cerca de 600 votos ou seja, mais 2,5% e garante folgadamente a eleição do seu vereador, o PSD desaparece da Câmara Municipal.
Estes são os factos reais sobre os quais vale a pena reflectir, mas isto esconde mais uma vez que 53% dos eleitores se afastaram da eleição dos seus autarcas, com os abstencionistas a ultrapassarem mesmo os 55/60% nas assembleias de voto dos novos eleitores e ou eleitores novos, os primeiros, porque estudam fora, praticam desporto fora, trabalham fora e divertem-se fora do concelho, isto porque os 35 anos de gestão CDU (com vários nomes menos o de PCP) nada fez para inverter esta situação, os outros, os novos eleitores, porque para aqui vem apenas para dormir, fruto do concelho dormitório que a CDU criou e porque nada os liga ao sítio onde estão, visto que tem as suas relações sociais fora do concelho e porque tão pouco conhecem os candidatos.
Em contrapartida, assistimos ao voto militante, mas principalmente ao voto dependente, mais do que ao voto convincente, que qual Aberto João Jardim vai permitindo que esta maioria se mantenha.
Não querendo aqui fazer as análises do cantar vitória dos artigos que já li, escritos por militantes dependentes da força autárquica vencedora e que dão razão à teoria que tal força consegue subir por escadas a baixo (veja-se o numero de eleitos para a Assembleia Municipal) e descer por elas acima (veja-se o total de votos perdidos quando comparados com as eleições de 2005), tenho que reconhecer que o Bloco de Esquerda, não conseguiu os seus objectivos nesta eleição e quando não se consegue os objectivos não se deve cantar vitória.
O Bloco, pretendia eleger mais autarcas e apenas conseguiu mais um, o bloco queria (e quer no futuro) tirar a maioria absoluta à CDU e não o conseguiu.
O Bloco, com 10 anos de existência tem consciência de que não deve para já aspirar a governar este concelho, também não é (era) seu objectivo tirar a maioria à CDU por uma questão de capricho, o Bloco quis e quer acabar com tal maioria absoluta, porque a gestão CDU aplica em todo o concelho o martelo compressor da maioria, é arrogante para com os munícipes que se lhe dirigem nas sessões de Câmara, na Assembleia Municipal ou nas Assembleias de Freguesia, é autista porque não houve ninguém, a CDU é controladora da vida cultural e jornalística (e controlada por quem não foi a votos), concentra em si todos os pelouros na Câmara, como forma de afastar os vereadores da oposição s dos gabinetes e dos processos.
O Bloco queria e quer (no futuro), tirar a maioria a esta gente que nos desgoverna, porque têm acumulado dividas sobre dividas, são mais de 25 milhões, porque fruto do seu autismo se lhes reduziram as ideias, porque a única ideia que tem é a de nada fazerem, com o argumento que o Governo não aprova ou paga os seus delirantes projectos, projectos que sabem não ser realizáveis a curto prazo, mas que apresentados, servem para distrair os eleitores e culpar outros das suas incompetências, no fundo, o único projecto que tem é o de continuar a transformar o que resta no concelho de solo Rural em Solo Urbano, apostando na especulação imobiliária.



Alguns escribas, dependentes da maioria, alegam, ou aludem, a santas alianças entre o Bloco e o PS com o objectivo de tentar impedir os projectos megalómanos da gestão autárquica, a verdade, é que se alguma concordância existiu na oposição, foi a da denuncia de outros colos em que a gestão CDU se sentou, levando a que efectivamente especuladores e gestão autárquica fossem na realidade farinha do mesmo saco, originando com isso a invasão ainda não esclarecida da Policia Judiciária aos Paços do Concelho.
Os eleitores, (poucos), escolheram está escolhido, a responsabilidade das politicas que se seguem, são tanto dos que votaram na maioria, como dos que não votando, não disseram o que queriam, perante as medidas que a CDU preparar com o eterno argumento de que o Governo não cumpre a Lei das Finanças Locais, iremos ouvir muitas criticas, mas quem não vota que direito tem de criticar?
A CDU tem neste momento e para o mandato que vai iniciar a intenção de duplicar as taxas sobre a recolha do lixo, o preço do metro cúbico da água, a taxa de conservação e tratamento de água residuais, manter o IMI (antiga contribuição autárquica) num dos valores mais altos do País, bem como aumentar todas as outras taxas cuja aplicação depende da Câmara.
Porque este é um concelho fortemente atingido pelo desemprego, porque é um concelho de gente pobre, porque é um concelho onde se vive essencialmente do trabalho e porque tais aumentos apenas irão servir para pagar dividas e não para melhorar a vida dos cidadãos, o Bloco de Esquerda irá votar contra todos estes aumentos de impostos ou taxas como lhe chamam.
Mas o Bloco de Esquerda também saberá, como soube no passado, sempre que a maioria CDU anuncie a reabilitação dos centros históricos das vilas do concelho, a recuperação do património cultural, apoios à instalação de empresas, apoios ao pequeno e médio comerciante e industrial, projectos que revitalizem (por exemplo a Rua 1º. De Maio na Baixa da Banheira), construção de infra-estruturas desportivas, projectos que aproveitem e recuperem para o lazer a zona ribeirinha, bem como todos os que criem emprego, (mesmo que parques Temáticos), como dizia, o Bloco saberá nestes casos juntar o seu voto ao da maioria, assim a maioria apresente e pretenda concretizar tais projectos.


António Chora
Deputado Municipal do Bloco de Esquerda

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